O título deste texto pode
parecer piegas, “batido”, manjado, mas é a pura realidade da vida. Se não é a
grande verdade da vida, deve pelo menos ocupar a segunda ou terceira posição,
pode acreditar.
Isso já era uma constante na
minha vida, e confesso que sempre tive medo dessa tal “verdade”, mas dia desses
pude ver o quanto isso é verdade. Sem entrar no mérito da questão, vi uma
pessoa cumprindo exatamente o papel que sua escolha o cedeu nesse grande teatro
da vida, como alguns gostam de chamar a vida que levamos. E o melhor de tudo: a
pessoa em questão estava relativamente feliz com o rumo que sua vida tomou, não
demonstrou nenhum arrependimento ou sinal de que, talvez, lá atrás, pudesse ter
tomado outra decisão que mudasse seu caminho no dia de hoje. Ela estava feliz
com sua escolha e com sua condição.
De certa forma, me dá muita
paz de espírito saber que, mesmo numa condição em que eu não me sentiria bem,
as pessoas se acostumam e se sentem realizadas. Sempre disse às pessoas que me
conhecem a fundo (um pequeno grupo, diga-se de passagem), que tenho medo de
muitas coisas: cobra e rato em especial, mas do que eu tenho mais medo é da
minha consciência. Tenho pavor de um dia ser atormentada por ela e ficar
arrastando correntes pelo resto da vida por alguma coisa que eu fiz ou deixei
de fazer.
Na maioria dos casos o meu pavor maior é das coisas que eu possa
deixar de fazer, e ainda hoje carrego comigo uma espécie de “culpa” por não ter
esgotado todas as possibilidades em um caso especial*. Por isso, ver pessoas em
certa posição de “sofrimento escolhido” me assusta um pouco.
No calor da emoção de ver uma
situação como essa, meu sentimento primeiro foi de agir para mudar o quadro,
mesmo que isso não me atinja diretamente. Porém, pensando melhor e com a boa e
velha dose de tempo para colocar as ideias no lugar, pude ver que essa não era
uma decisão que eu tinha que tomar, afinal, como eu disse, isso não me afeta
diretamente. O que fazer, então?
Nada, definitivamente nada.
Nada pode ser feito por outra pessoa quando alguém resolve seguir seu caminho,
mesmo que isso demande certo sofrimento a que escolheu essa trilha. O que
podemos fazer é torcer, de longe, para que tudo saia conforme o planejado, mas
se interferir diretamente na escolha. Afinal, cada um é responsável pela sua, e
de cada um será cobrado o desfecho, seja ele qual for. Pense bem antes de
“escolher” suas escolhas.
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