sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Um Natal inesquecível – parte II


Eu tive um Natal muito engraçado, para não dizer outra coisa. Eu devia ter de 6 para 7 anos, ou até menos... fiquei confusa com as datas agora...

A gente tinha uma árvore de Natal pequena, com poucas bolas e poucos enfeites. As bolas da árvore ainda eram feitas de vidro, ou seja, extremamente sensíveis.

Eu nunca levei muito jeito para a montagem da árvore (minha irmã Rejane sempre cuidava disso junto com minha mãe Terezinha). Tanto é que até hoje não sou adepta dos preparativos para o Natal... uma pena, por ser uma festa tão bonita!

Bom, mas aquele Natal aconteceu o seguinte: minha mãe e minha irmã montando a árvore, tudo muito lindo, enfeitado e tal, e eu num cantinho só observando. Os dias correram bem com tudo pronto assim para o grande dia.

Pois bem. O Natal estava se aproximando mas, dias antes, um dia de ventania assolou a nossa Vila Paulista. Nem saí para brincar aquele dia, o que era raro. Eu estava na sala vendo TV quando bateram palmas em frente a minha casa. Como não tinha campainha, tive que abrir a porta para ver quem era. Assim que abri a porta, a forte ventania logo levou nossa árvore para o chão, quebrando TODAS as bolas... foi triste.

A árvore, por menor e mais simples que seja, na minha opinião, é o grande símbolo do Natal depois do Papai Noel. Foi triste ver nosso Natal pouco decorado, sem nosso “símbolo maior”.

Para quem está se perguntando qual foi o meu castigo, eu digo. Não tive nenhum! Nunca fiquei de castigo pelo que me lembro, e nesse dia, em especial, minha mãe viu que não foi culpa minha e que, na verdade, a árvore estava montada bem no rumo da porta, ou seja, qualquer um que a abrisse poderia derrubar a árvore.

Hoje é engraçado lembrar disso, mas na hora isso doeu muito. Esta foi mais uma história de Natal, dos Natais que se foram e que não voltam mais. Saudades....

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

O meu Natal inesquecível - Parte I



Demorei 2 dias para escrever este texto.

Minha família era de origem pobre. Meu pai, ferroviário, e minha mãe, manicure, tudo o que poderiam juntar era para o terreno que eles tinham acabado de comprar (onde a gente mora até hoje). Eram tempos difíceis, onde tudo que entrava era para a construção da nova casa.

Só fazendo um parênteses, a gente não passava por momentos tão difíceis quando eu nasci.  A gente ainda morava na casinha da Vila Paulista, mas as coisas já estavam melhores. A cozinha ainda era de zinco e cheia de furos (chovia muito dentro), mas meu irmão Rogério já trabalhava e dava um reforço na casa. Tudo tendia a melhorar.

Meu irmão, como algumas pessoas sabem, começou a trabalhar muito cedo. Ele tinha responsabilidades que um menino da idade dele nem sonhava em ter pois, além dos deveres do estudo, tinha que trabalhar e ganhar o dinheiro que ajudaria em casa. Sempre foi assim. A vida nunca foi fácil para nós e, em algumas ocasiões, nem guarda-chuva ele tinha para ir trabalhar. Bom, mas isso é outra história.

Como eu dizia, desde quando eu nasci, meu irmão já trabalhava. Isso porque a gente tem doze anos de diferença, ou seja, quando eu nasci, ele tinha 12 anos e já trabalhava. E foi logo depois disso, quando eu tinha uns 5 ou 6 anos, que ganhei meu primeiro presente (pelo menos o que eu mais me lembro), o mais inesquecível de todos. Ganhei dele, e só dele (com o dinheiro que ele tinha juntado além do que ajudava em casa), uma Mônica, da Turma da Mônica, muito maior e mais pesada do que eu.

Toda linda, de vestido vermelho e dentes avantajados. Ela era muuuuito grande e pesava muito. Tinha uma cabeça enorme e maciça que, além de aumentar o peso, doía muito quando batia na minha.

No mesmo dia, no mesmo Natal, ganhei de minha mãe, dona Terezinha, uma boneca chamada Menininha. A menininha era mais leve, mas tão enorme quanto a Mônica. Loira, com roupas da moda e do meu tamanho, teve um “efeito” dentro de mim igual de quando eu vi a Mônica: me apaixonei!!!

Dois presentes lindos no mesmo Natal, o que mais eu poderia querer? Bem, eu queria era brincar com as duas, mas carregá-las era muito difícil. Se eu pegava uma, não conseguia brincar com a outra por causa do tamanho... hehehe... Eu sofri bastante e tive vários galos na cabeça... Bons tempos!

Como eu disse, eu morava na Vila Paulista e lá tinha vários amigos. A alegria dos Natais na Vila era sair no dia 26, logo que o sol nascia, para mostrar os brinquedos e agilizar as brincadeiras. Uns ganhavam bolas, outros bonecas, outros bicicletas, outros ganhavam outros brinquedos “da moda” que os pais, assim como os meus, passavam o ano todo pagando para poder ver, no dia de Natal, o sorriso de seus filhos. Me emociono só de lembrar. Lá não tinha facilidade ou brinquedo todos os dias, mas o Natal era uma data especial. Todo o sacrifício valia a pena para ver a alegria no rosto dos filhos, ou da irmã, como é também o meu caso.

Foi um Natal mágico! Inesquecível e cheio de significados que só fui entender depois de crescida. Aí vai o mais importante deles:

- Mais importante que o presente (ou o tamanho dele), é o que ele simboliza para você. Tenho essas bonecas guardadas até hoje, e nada me fará desfazer delas. Elas foram o primeiro sinal de luta da minha família e, principalmente, do meu irmão, que sempre foi um exemplo de luta para mim. Todo o esforço para esconder o presente durante quase um ano, pagando o carnê ainda, de uma criança que fuça em tudo, é uma boa maneira de fazer o Natal valer à pena e gerar expectativas. Os olhos de uma criança quando veem o seu presente aos pés da árvore, ou debaixo da cama (como era o meu caso), acho que não tem preço para quem quer agradar.

O Natal de “antigamente” nos ensina várias lições. A importância do presente (já que era ganhado apenas no Natal), a curiosidade de saber o que é, esperar acordar no dia 25 para ver o que é, compartilhar e acordar cedinho para ver e brincar com os amigos, não há dinheiro que pague. Quem dera ainda o Natal tivesse esse significado...
PS: Tenho várias histórias de Natal para contar aqui... Mas elas vão em pílulas... uma depois da outra... Acho que vocês vão gostar!

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

7 anos de “O Jornal” – sob minha ótica



Há 7 anos, mais precisamente no dia 19 de dezembro, surgia nas bancas da cidade um jornal diferente. Hoje isso poderia passar despercebido, já que a cidade tem uma dezena de jornais, mas naquela época isso era diferente. A “informação” pertencia a apenas um, e esse determinava o que a população deveria ou não saber. Eram tempos sombrios...  
Surgia, então, o “O Jornal”, e ele aparentemente supriu uma necessidade da população que logo abraçou a causa e o acolheu de uma tal maneira que em pouco tempo o “jornal que nasceu morto” (como definiu o jornal que detinha o monopólio) tomou conta da cidade.

Eu diretamente não participei deste projeto desde o seu começo, mas, bem próxima, pude ver a garra e a vontade de fazer diferente de duas pessoas que idealizaram este projeto. José Luiz Alvarenga e Rogério de Carlos, os mentores, colocaram ideias, investimentos, perseverança, sonhos e ideais nesta mistura que hoje é o “O Jornal”, e isso contagiou as pessoas de bem desta cidade que puderam, enfim, conhecer a verdade da história e dos bastidores dos fatos que regem nossa cidade.

Me lembro que não foi um trabalho fácil. A começar pelo desafio de “quebrar” um monopólio, pois o jornal tradicional da cidade já beirava seus 80 anos, e reinava absoluto até então. E sem contar a dificuldade de conseguir apoiadores, patrocinadores, pessoas que acreditasse num projeto diferente do que a cidade estava acostumada a quase um século. Foram dias e noites varados, buscando o formato ideal junto com uma equipe extremamente reduzida, mas também empolgada com o novo, com a vontade de mudar a cara desta cidade tão querida.

Eu naquela época ainda cuidava da livraria da minha família, e posso dizer, a grosso modo, que foi o “O Jornal” que influenciou na minha decisão de permanecer em Bebedouro. Nossa livraria estava quase completando 20 anos e, com os projetos do “O Jornal” já iniciados, alguém precisava cuidar da loja. E foi assim que, juntamente com minha vontade e amor por Bebedouro, resolvi ficar por aqui. Mal eu sabia o que me esperava...

Há dois anos e meio nós decidimos vender nossa livraria e eu fui trabalhar no “O Jornal”. De início assumi funções administrativas como financeiro, departamento pessoal, organização (só lembrando que tenho formação de engenheira de alimentos, mas a parte administrativa sempre esteve presente em minha vida, mas daí é assunto pra outro post).

Trabalhar no “O Jornal”, para mim, é uma surpresa a cada dia. Acordo e não sei como meu dia vai terminar e as funções que vou executar. É estimulante, divertido, fiz amigos sinceros e hoje assumi funções que estavam fora do “meu quadrado”. Me vejo hoje desempenhando funções como de colunista social, justo eu, a mais tímida da turma!

Mas tem também seu lado “ruim”, digamos assim.  Por assumirmos algumas posturas em defesa da cidade, tivemos nossa vida devastada. E vida no geral, pois não só no financeiro nos afetaram. Nossa vida particular, nosso direito de ir e vir, algumas pessoas que conhecemos, enfim, nossa vida mudou de alguma forma. Mas também, de alguma forma, a cidade mudou, e isso nos enche de orgulho.

Comprarmos brigas homéricas, daquelas que só grandes meios de comunicação ou pessoas muito corajosas comprariam. Batemos de frente com diversos “Golias”, com “gente graúda”, com “figurões” da falida sociedade bebedourense (aqueles que ainda sonham com a volta do cabresto e dos coronéis), com aqueles que ainda acreditam que basta uma palavra sua para que a cidade abaixe a cabeça e faça a sua vontade. O resultado dessas “brigas” todo mundo sabe: processo, processo e mais processo em cima da gente.

Do fundo do coração, não existe mais nada a ser tirado de nós. Digo “nós” pois hoje, junto com minha irmã Rejane Caputo, faço parte do quadro societário do “O Jornal”. Não há mais nenhum bem material a ser tirado. O que podiam já levaram, infelizmente, mas como diz minha sogra “o que pode ser resolvido com dinheiro é mais fácil”. Temos saúde, graças a Deus, e muita força de vontade. Vamos levando a vida e tudo o que nos foi tirado de material um dia conquistaremos de novo. Nosso Deus e nossa fé são maiores que tudo isso.

Mas o que a gente conseguiu nesta cidade não tem volta: conseguimos fazer a população, mesmo quieta ainda, não indo para as ruas protestarem, acordar e perceber quem são as pessoas que dominam nossa cidade. Quem são os políticos, as pessoas que querem assumir o poder de mando na vida dos bebedourenses. Quem só busca levar vantagens com o cargo que ocupa e quem realmente está interessado em trazer melhorias para nossa cidade. Quem só quer posar de bom e quem tem propostas sérias para nossa cidade. Isso, meus amigos, não tem volta. Nunca mais a população será a mesma.

É claro que as coisas materiais nos fazem falta e nos trouxeram prejuízos, mas tenho muito orgulho de participar de um jornal que mudou a cara de uma cidade. É muito bom saber que presenciei, relatei e participei de fatos históricos de Bebedouro, e saber que o “O Jornal” tem sua parcela em muitos benefícios que a cidade teve.

E digo mais: temos apenas 7 anos, e estamos apenas no começo!

Sem falsa modéstia, eu penso: O que seria de Bebedouro sem o “O Jornal”? 

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

O desfecho de Michael Jackson II



Recebi alguns comentários sobre o post abaixo, o “O desfecho de Michael Jackson”. Resolvi fazer este post para não deixar dúvidas sobre o que eu realmente quis dizer.

Nunca, em nenhum momento do post, eu fui indelicada, grosseira ou desmereci MJ. Seu talento, carisma, poder e genialidade o deixa acima de tudo isso. Era rei e será rei para sempre. Gerações e gerações se lembrarão de MJ. Isso não vai mudar nunca.

Eu disse no blog que a mídia em geral sempre massacrou demais MJ. Tudo o que ele fazia virava notícia, e mesmo antes de termos os famosos “paparazzi”. Ele sempre foi notícia e “vendia muito jornal e revista”. Qualquer capa contendo MJ ou detalhes de sua vida (mesmo os inventados), virava sucesso de venda. Isso é fato.

Na sanha de vender mais e mais exemplares, a imprensa internacional pegou bastante pesado com ele, sim. Mas a sanha de seus fãs também ajudou para que isso acontecesse, afinal, se não acessassem sites, comprassem revistas e jornais que continham informações sobre o astro, não alimentariam essa indústria que se formou em torno dele. Isso é fato também, por mais que doa aos fãs.

Mas a questão principal do post anterior foi dizer o quão danoso pode ser para uma pessoa a falta dela se assumir. E a verdade era que MJ não se assumia.

Muito se falou sobre sua cor de pele, que foi clareando com o passar dos anos. Especulava-se vitiligo, mas ele, não que eu me lembre, nunca foi à público acabar com boatos. Nunca falou “sim, eu tenho” ou “não, é tudo mentira”. Acho que faltou isso, mas julgá-lo agora pode ser leviano. Afinal, com a vida conturbada que levou, cheio de curiosos e ávidos por qualquer passo dado por ele, era de se esperar que ele quisesse privacidade em alguns pontos da vida. Justo.

Muito se falou sobre as mudanças em seu rosto, sobre as inúmeras plásticas que fez. Na minha opinião, mais um ponto de pessoas que não se assumem e que sofrem com uma rejeição que na verdade só existe em suas cabeças.

Então, juntam-se as mudanças de tom de pele e as incontáveis plásticas e têm-se, claramente, a fisionomia de quem não se assume. O olhar triste de MJ, algumas atitudes intempestivas e seu isolamento também mostram isso. A própria infância de MJ, como ele mesmo disse em entrevistas, foi muito sofrida. Um pai extremamente enérgico, autoritário e violento e uma mãe impotente diante das situações também podem ter contribuído para isso.

Muito se falou sobre MJ, mas poucos sabem, também, o ser humano generoso que ele era. Por onde passava, dava um jeito de visitar um orfanato ou hospital e, caso não gostasse do que tinha visto (quase nunca gostava), sempre mandava ajuda financeira para melhorar as condições. Ia, visitava doentes, dava palavras de conforto a crianças carentes e fez belas campanhas pelo mundo sempre por boas causas. Guerras, fome, violência... sempre que podia ele estava lá, apoiando. Mas isso nem sempre dá audiência, não é mesmo?

Bom, só para finalizar, acho que o preconceito estava na cabeça dele, não no coração de seus milhões de fãs do mundo todo. Ele foi, é e sempre será rei, do jeitinho que ele era!

PS: Recebi um vídeo que conta um pouco sobre "O homem por trás do mito". É dividido em 2 partes e vale a pena assistir. Eu assisti 2 vezes cada um e adorei!



terça-feira, 29 de novembro de 2011

O desfecho de Michael Jackson


Esta semana foi divulgada a sentença de prisão do médico de MJ: 4 anos de detenção. Ouvindo a crônica de Arnaldo Jabor, no Jornal da Globo, não resisti e estou fazendo este post.

Jabor disse que realmente não sabe se o médico é culpado ou inocente da morte de MJ. MJ foi um rapaz que foi dilacerado intimamente pela mídia, que nunca permitiu, apesar de sempre alardear, que ele fosse homossexual e muita especulação fez sobre o caso.

Segundo Jabor, a sanha de MJ em se parecer cada vez mais branco, cada vez mais mulher, contribuiu para isso. Jabor até compara a aparência de MJ como a de Diana Hoss, sua amiga. Cada vez mais distante de usa felicidade, de sua auto-afirmação, MJ foi se distanciando do mundo e se isolando, tornando-se cada vez mais “o menino” que a mídia sempre quis que ele se perpetuasse e que da qual ele mesmo queria se desfazer. Criou-se o “Neverland”, a terra do nunca, para que ele nunca mais crescesse.
Bom, contei um pouco do que o Jabor disse e de que eu também concordo.

Acho que quem não se assume verdadeiramente perde “metade de sua vida”.

Não que seja fácil se assumir (eu imagino pelo caso que passei ao ter que assumir para minha mãe que eu fumava cigarro – ela odeia até hoje - mas acho que a gente se torna mais “gente” ao se assumir. A sociedade, a família e os amigos podem te rechaçar num primeiro momento, mas com certeza estarão com você sempre se forem sinceros, te ajudando e te dando apoio.

A mensagem deste post é a de que você deve ser feliz. Quem se assume, com seus erros e seus acertos, suas qualidades e seus deslizes, assume a sua postura de ser mais feliz sempre e essa felicidade não tem preço. Assuma você como você é e seja feliz!

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Afinal, para quê serve um político?


 
Hoje, 18 de novembro, é uma sexta-feira e aniversário da minha mãe, a Dona Terezinha. Como uma boa sexta-feira, é dia de tomar uma cervejinha e relaxar. E assim foi feito: cheguei no sítio e abri a primeira cerveja enquanto ligada a televisão. O Jornal  Nacional estava no ar, e eis que eu estou aqui, mais uma vez para falar de política, em plena sexta-feira. Poxa, justo eu que tinha feito um voto de, a partir de agora, postar coisas mais leves aqui no blog que, apesar de também tratar de política, estava ficando político demais... Mas eles (os políticos!), realmente não me deixam em paz nem numa sexta-feira gostosa para se tomar uma cervejinha e relaxar. Aí vou eu!

José Ribamar Ferreira Araújo da Costa (vou omitir o último sobrenome para só revelar depois, mas acho que vocês já saberão de quem eu falo). Este homem nasceu em 1930 e ingressou na política aos 24 anos. Já foi suplente de deputado federal, deputado federal, governador, senador e presidente (depois que o cabeça da chapa faleceu). Sua família também tem papel importante na política de seu estado e do país, ocupando cargos de destaque.

Bem, sem mais delongas, estou falando de um homem que este ano completou 57 anos de política, tendo ocupado, como já disse, os mais importantes cargos (não foi prefeito nem vereador, nem deputado estadual, cargos “menores”: já foi mais alto!). Este homem é o José Sarney. Dispensa apresentações.

Apesar de agora ele ter sido eleito pelo estado do Amapá, Sarney e sua família residem no estado do Maranhão, o mais pobre da população. Lá, segundo dados do IBGE, na cidade mostrada pelo JN (Vargem Grande), 33% d população vive com menos de R$ 70 por mês, faixa considerada como pobreza extrema. As condições de vida são precárias, nas quais os moradores da cidade, quando muito, possuem casas de saibro cobertas com folhas de coqueiro, assim como a escola do município.

A renda média da população é de R$ 156, e muitos deles dependem exclusivamente do Bolsa-Família. Tratamento de água e esgoto atinge menos de 50% da população, e o único hospital da região funciona com esgoto à céu aberto bem na entrada.

Como falta água, a população depende de água de poço que, segundo mostrou a reportagem, é barrenta e tem até cachorro morto.

O prefeito da cidade disse à reportagem que a cidade é pobre e não possui recursos, e que depende exclusivamente das emendas de parlamentares para sobreviver.

O governo do estado do Maranhão (lê-se Roseana Sarney, filha do dito cujo), divulgou nota dizendo que a cidade é carente de recursos porque a população é feita de jovens e crianças, ou seja, menos gente trabalhando e conseqüentemente menos dinheiro circulando. Disse também que grande parte da população vive na zona rural, que paga pouco e gera menor renda.

Bom, enquanto via essa reportagem, a única pergunta que vinha à minha cabeça era: como um estado que já teve até um presidente da república nascido lá, é capaz de passar por tantos problemas e tanta miséria? Como uma pessoa, com 57 anos de política e ocupando só os altos cargos, não conseguiu fazer NADA por seu estado natal? Como é possível, ocupando cargos que realmente podem fazer a diferença, não ter feito nada para mudar o triste quadro enfrentado há anos pelo Maranhão?

Isso gera muita revolta. Para quê serve, então, um político?

Fico me questionando se não sou a errada: ou eu sou muito romântica com política ainda (acho que ela serve para ajudar as pessoas, fazer uma cidade crescer, melhorar a qualidade de vida de um povo, dar dignidade, uma educação satisfatória, melhorar as condições de emprego, enfim... uma série de coisas), ou eu sou muito boba ou, definitivamente, não sou deste mundo.

Prefiro me achar “romântica” em política e ainda acreditar que muita coisa pode melhorar. Afinal, o dia em que perdermos a fé, a esperança e a capacidade de acreditar nas pessoas, não deveríamos nem sair da cama. Eu penso assim!  

terça-feira, 1 de novembro de 2011

O câncer do Lula


Desde o último final de semana, quando foi anunciado que o ex-presidente Lula estaria com câncer na laringe, várias correntes surgiram na internet, em especial na rede social Facebook. Correntes de apoio, de oração, dando forças ao ex-presidente logo foram postadas, mas uma em especial, também muito postada por sinal, chamou mais atenção que as demais.

Tratava-se da “campanha”: “Lula, faça o tratamento pelo SUS”. Eu decidi compartilhar porque, antes de mais nada, acho muito justa a campanha.

Conforme eu escrevi na foto antes de compartilhá-la, ninguém que postava tal campanha estava desejando mal ao Lula nem desrespeitando qualquer pessoa que passa ou que passou por um câncer. A questão vai mais além, e é só ter um pouquinho de BOM SENSO para perceber o real intuito da manifestação: a Saúde Pública, num todo, precisa de mais cuidados.

Basta analisar, quem qualquer noticiário de qualquer emissora, as matérias publicadas sobre o descaso com a Saúde. São hospitais que nunca saíram do papel (quando muito estão só no alicerce) e que já consumiram milhões em verbas, remédios importantes faltando, médicos insuficientes, descaso em consultas e atendimentos, falta de leito, falta de UTI, falta de materiais básicos para atendimento, demora de atendimento mesmo em emergência, e por aí vai.

O TCU (Tribunal de Contas da União) divulgou, ainda este ano, que a Saúde, mesmo sendo um dos setores de maior importância, é o que registra mais casos de corrupção e desvio de verbas. E isso não sou eu quem estou falando, é o TCU, órgão que controla as contas públicas.

Agora, uma pessoa como um presidente do Brasil, que tanto disse aqui e lá fora que nossa Saúde dava orgulho, que muito havia se avançado, que “nunca antes...” estava tão boa, ir direto para um hospital particular, soa, no mínimo, incongruente. Não combina com o discurso “bonito” que fez durante 8 anos de governo.

É claro que qualquer pessoa, tendo condições financeiras, buscaria o melhor tratamento de saúde caso precisasse. Mas e a grande parte da população que não tem recursos, como fica? Cai no “bom” e velho SUS e fica sujeito a toda sorte de percalços como os que citei acima.

A campanha tem a foto do Lula mas não é, em hipótese alguma, uma piada ou brincadeira de mau gosto com a dor que o ex-presidente ou seus familiares estão passando no momento. É justamente para trazer a reflexão de quê Saúde os governantes estão oferecendo à população que acreditou e que votou neles. Se nem eles mesmos acreditam na Saúde que implantaram e quando precisam correm para hospitais particulares, imaginem os pobres mortais, que sem opção melhor vão para o SUS?

Pagamos impostos como país de primeiro mundo e recebemos tratamentos de terceiro mundo. Até quando?

Até quando os governantes nos farão de palhaços?

PS: Não que eu deva dar satisfação do que eu penso ou do que eu acho certo ou errado a alguém, mas achei que seria válida uma explanação sobre o tema. E só completando: acho o fim do mundo políticos ficarem dando piti em redes sociais acusando outras pessoas de fazerem “piadas e perversidades com a doença do Lula”. Acorda, povo! Como todo mundo sabe, no Facebook há um campo destinado a publicações em que está escrito “No que você está pensando?”. É pra isso que serve aquele campo, para cada um escrever o que pensa naquele momento! Cada pessoa é livre para pensar e escrever o que quiser. Faz parte da liberdade de expressão. É a democracia, companheiros e amigos de Facebook! E que fique claro de uma vez por todas que, com isso, ninguém está desejando mal ao Lula.

E ponto final!

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Imprensa, Hope e SBT nesta Zorra Total. E o Governo?



Nestes últimos dias, muito se falou sobre a televisão em si. Foram veiculadas notícias sobre o veto a um comercial da Hope, sobre um quadro no humorístico Zorra Total e, agora, sobre a punição, em R$ 1 milhão, imposta ao SBT pelo Ministério Público sobre um suposto ‘merchandising’ em um programa infantil da rede.

Os dois primeiros casos citados vieram à tona depois que a Secretaria de Política para Mulheres, por meio ministra de estado chefe Iriny Lopes, publicou nota de repúdio.

Na boa, na função do importantíssimo cargo da Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres”, acho que há muito com o que se preocupar ao invés de ficar atenta a coisas pequenas. 

Há mulheres “reais” que sofrem abusos em metrôs, há mulheres “reais” que sofrem violência, há mulheres “reais” que são subestimadas pelos homens que tanto amam. As “reais” sim, é que precisam da defesa das mulheres. 

Essas “imaginárias”, Gisele, Valéria e Janete, (sim, Gisele lá está interpretando uma personagem), estão lá para nos fazer rir de situações que podem até mesmo acontecer, mas que estão lá, na TV, simplesmente para nos fazer rir. Afinal, quem assiste a propagandas e a programas de humor quer, no mínimo, se distrair, e não pensar na triste vida que levam as mulheres que esta Secretaria deveria proteger. 



Nestes casos, concordo com o que disseram alguns leitores das matérias publicadas pelos sites de notícias que divulgaram o fato: “a ministra deveria assistir menos TV e se preocupar mais com as causas que realmente importam”.



Também vou me basear nos comentários dos leitores da notícia para falar do caso da multa do SBT. Segundo o blog do Maurício Stycer (jornalista, repórter especial e crítico do site Uol), que diz que o SBT foi multado por causa de “merchandising” infantil, só tenho a dizer: tanta coisa para se preocupar, tanta falcatrua para apurar, tantos desvios em tantos lugares, e o MP está preocupado com a propaganda infantil. E a pedofilia? Hoje alguns são presos, mas quantos estão por aí, soltos, praticando este ato hediondo? E como ficam? Ficam sem punição na maioria dos casos. 

Ministros especiais e Ministério Público: ouçam o clamor da população e busquem soluções para os “problemas reais”. Deixem as crianças serem felizes e os adultos darem algumas risadas em meio a tantos problemas que enfrentam todos os dias! Se preocupem com o que realmente importa: bandidos de colarinho branco, crimes contra as crianças, desvio de verbas que poderiam diminuir o sofrimento de muita gente e outras tantas coisas que nosso país precisa.

A população agradece!    

terça-feira, 4 de outubro de 2011

O Museu de Bebedouro - Museu Eduardo Matarazzo

Recebi um email hoje (04) que me deixou feliz e triste ao mesmo tempo.

O email falava sobre o museu "Eduardo Andrea Matarazzo", museu que fica em nossa cidade e é referência em todo país (e também no mundo), como um dos que possui as melhores peças, as mais raras e alguns dos mais significativos de acontecimentos no mundo todo.

Fiquei feliz por saber que temos, em nossa cidade, ao nosso alcançe, um museu de tamanha importância mundial. Há peças com mais de 200 anos lá, artigos raros, carros antigos e artefatos de guerra que poucos países têm. Há também aviões que ficam expostos lá fora (você nem precisa entrar para ver a beleza!). Uma maravilha para quem admira, aprecia e dá valor à História.

Quando criança fui lá, adorei a visita! É mágico, pode acreditar! Sempre gostei de História e aquilo que se vê é parte da História, do que nos constrói e do que fazemos parte. Se você ainda não foi, recomendo!

Minha tristeza diz respeito a falta de respeito com a História por parte dos governantes desta cidade. e não digo que o problema é de hoje, muito pelo contrário. Talvés de tivessem feito isso há tempos, um patrimônio público não estaria tão deteriorado assim.

O museu, por sua localização (na região do lago), já sofreu com inundações e toda sorte de percalços, e sempre resurge, na maioria das vezes, com recursos de seus mantenedores e pouca ajuda a Prefeitura.

Já ouvi falar que reinvindicam banheiros há tempos nas instalações do munseu, e nem isso fazem.

Também políticos, pseudo-políticos e uma certa "dona" de imprensa já prometeram ajudar e abraçar a causa, mas nada foi feito.

O "político" em questão, na época, era deputado estadual. Hoje deputado federal (ou seja, com mais poder de verbas e emendas), nem se lembra do que prometeu em uma rádio de grande audiência na cidade, assim como também pouco se lembra daqui depois de eleito.

O "pseudo-político" que citei, sempre em campanha desde que perdeu a última, agora nem sequer toca no assunto. Talvez retome a temática no ano que vem (ano de eleição), ou talvez nem volte ao assunto, já que se julga eleito.

A referida "dona" de imprensa nunca mais tocou no assunto em seu jornal. Uma pena! Só se lembrou dele enquanto seu "amigo" deputado e o outro pseudo-político quiseram se aproveitar do tema.

Aos políticos daqui (prefeito e vereadores), fica meu repúdio ao ver o despreso com que tratam um bem tão importante da nossa cidade.

Mas como querer respeito à História se não respeitam o povo, as leis e as obrigações que têm que cumprir? É pedir demais, não é?

Quem quiser ver o vídeo, segue abaixo. Olha só quanta história!!!

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Providências - Feccib, barraco e muita falta de respeito



Queridos amigos!

Eu disse que assim que tomasse providências a respeito do ocorrido iria contar para vocês. Pois bem, aí vai:

Registrei Boletim de Ocorrência na Delegacia da Mulher (DDM), no dia 20/09 sob nº 470/2011. Espero que você nuncca precise registrar uma ocorrência lá, mas posso te garantir que se você precisar será muito bem atendido. As pessoas que trabalham lá são especiais e sabem como tratar uma pessoa que está precisando de ajuda. Registro aqui também um abraço especial para Jucélia, Iguatemi e Drª Luciana, que foram simpáticos, atenciosos e competentes nas suas funções.

Hoje, dia 23, depois de orientada na DDM, fiu na Delegacia Seccional para dar andamento no caso. Lá também fui muito bem orientada por um simpático senhor (tive a falha de não perguntar o nome, mas assim que tiver altero o texto) e também pelo Drº Vasconcelos. E lá dei andamento no caso, que agora passará por investigação.

Sou "pequena" demais para disputar com um prefeito que, pelo cargo que ocupa, tem foro privilegiado. Mas mesmo sendo uma formiguinha não vou deixar de "gritar para ser ouvida" e exigir respeito às mulheres e também à imprensa. Vou até onde a Justiça me deixar ir, podem ter certeza!

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Feccib, barraco e muita falta de respeito

Na sexta-feira (16), fui a Feccib assistir ao show do meteoro Luan Santana. Ganhei o convite do organizador Lucas Chioda, que sempre foi muito educado, cordial e de fácil acesso (sempre me atendeu e falou comigo quando eu precisava de alguma informação para o “O Jornal”). 

Fui ao show acompanhada de uma amiga de longa data (vou publicar o texto primeiro, se ela me autorizar a divulgar o nome dela altero depois). Ela é uma pessoa incrível e temos uma excelente relação. Coisa de irmã mesmo, sabe? Transmissão de pensamento, uma sintonia única!

Tudo corria muito bem, tirei várias fotos de amigos para minha coluna social, revi pessoas que não via há tempos, cantei, dancei, curti o show. 

Até que resolvi chegar o mais perto possível do palco, e cabe dizer que cheguei apenas até onde o camarote que eu estava permitia. Tirei várias fotos do Luan! Quando olhei para baixo para ver se tinha alguém conhecido naquele outro camarote (e aqui vale ressaltar que eu sequer sabia de quem era o camarote embaixo do meu), vi o prefeito Italiano, o mandatário da cidade.

Não sou jornalista (sou Engenheira de Alimentos por formação), mas trabalho já há 3 anos no “O Jornal”. Na hora, comecei a tirar fotos dele, afinal ele é a pessoa mais importante da cidade e exerce o principal cargo.

Quando ele percebeu que eu estava tirando fotos, ele não pensou duas vezes e tirou a máquina fotográfica das minhas mãos. Não contente, ainda fez um gesto obsceno para mim levantando o dedo médio de uma das mãos. Baixaria total.

Imediatamente fui atrás da minha máquina fotográfica. Ouvi como resposta que “não, eu não peguei sua máquina!”, “não sei do que você está falando”, “deixa disso, vamos tirar uma foto com o fotógrafo da Prefeitura”. 

Não sei o que me deixou mais indignada: se era o fato dele ter pego uma coisa minha, o fato dele de alguma forma tentar cercear a liberdade de imprensa ou o fato dele ter feito um gesto que não condiz com o alto cargo que ele exerce.

A falta de respeito foi tão grande que ainda não sei o que me deixou mais perplexa. Eu apenas estava fazendo o meu trabalho, me divertindo e em um lugar que eu poderia ir (não invadi nada para tirar fotos, ganhei o convite e estava lá por direito).

Para completar o circo, ainda chegou Domingos Marcussi Júnior, amigo, ex-motorista/diretor do prefeito, “prá lá de Bagdá”, querendo saber o que eu estava falando lá. Ele começou a me dizer impropérios gesticulando muito e, percebendo que a coisa ia ficar feia, o prefeito passou minha máquina por trás dele para que o diretor jurídico da prefeitura me entregasse e dissesse que tudo não passou de um mal entendido...

O amigo motorista/diretor do prefeito, o senhor Marcussi, não contente de desferir grosserias para mim, ainda o fez com minha amiga, que não é da imprensa e estava apenas me acompanhando. Falou coisas inclusive em tom de “cantada”, fazendo-a passar por uma humilhação sem precedentes. Tudo isso até os guarda-costas do prefeito (sim, ele estava andando pela Feccib cercado por seguranças particulares) o tirou de lá, aumentando assim o tumulto. Foi horrível!

Disse ao prefeito que aquilo não era coisa a se fazer, nem tomar uma máquina fotográfica de alguém e muito menos fazer gestos obscenos. Disse a ele que ele deveria dar-se ao respeito e respeitar o cargo que ocupa, que aquela não era a postura de alguém que dirige uma cidade. Disse também que me senti humilhada, principalmente porque envolveu uma pessoa que conheço há muito tempo e que nada tem a ver com aquela situação toda. Uma grande vergonha.

Trago estes acontecimentos a vocês agora para que não fiquem dúvidas. Fui humilhada, mal-tratada e desrespeitada pelo mandatário da cidade que, acima de tudo, não se dá o devido respeito. Fiquei extremamente chateada por fazer uma amiga tão querida passar por uma situação dessas. 

Informo que tomarei as devidas providências. 

Assim que as tiver tomado, conto para vocês!    

Começo do bate-boca

Marcussi (de branco), batendo boca comigo.

Marcussi conversando com o irmão do prefeito, o vereador Paulo Bianchini

Seguranças do prefeito retirando Marcussi de perto de mim e de minha amiga (Marcussi de cabelo branco, entre os dois homens de preto)