terça-feira, 13 de dezembro de 2011

7 anos de “O Jornal” – sob minha ótica



Há 7 anos, mais precisamente no dia 19 de dezembro, surgia nas bancas da cidade um jornal diferente. Hoje isso poderia passar despercebido, já que a cidade tem uma dezena de jornais, mas naquela época isso era diferente. A “informação” pertencia a apenas um, e esse determinava o que a população deveria ou não saber. Eram tempos sombrios...  
Surgia, então, o “O Jornal”, e ele aparentemente supriu uma necessidade da população que logo abraçou a causa e o acolheu de uma tal maneira que em pouco tempo o “jornal que nasceu morto” (como definiu o jornal que detinha o monopólio) tomou conta da cidade.

Eu diretamente não participei deste projeto desde o seu começo, mas, bem próxima, pude ver a garra e a vontade de fazer diferente de duas pessoas que idealizaram este projeto. José Luiz Alvarenga e Rogério de Carlos, os mentores, colocaram ideias, investimentos, perseverança, sonhos e ideais nesta mistura que hoje é o “O Jornal”, e isso contagiou as pessoas de bem desta cidade que puderam, enfim, conhecer a verdade da história e dos bastidores dos fatos que regem nossa cidade.

Me lembro que não foi um trabalho fácil. A começar pelo desafio de “quebrar” um monopólio, pois o jornal tradicional da cidade já beirava seus 80 anos, e reinava absoluto até então. E sem contar a dificuldade de conseguir apoiadores, patrocinadores, pessoas que acreditasse num projeto diferente do que a cidade estava acostumada a quase um século. Foram dias e noites varados, buscando o formato ideal junto com uma equipe extremamente reduzida, mas também empolgada com o novo, com a vontade de mudar a cara desta cidade tão querida.

Eu naquela época ainda cuidava da livraria da minha família, e posso dizer, a grosso modo, que foi o “O Jornal” que influenciou na minha decisão de permanecer em Bebedouro. Nossa livraria estava quase completando 20 anos e, com os projetos do “O Jornal” já iniciados, alguém precisava cuidar da loja. E foi assim que, juntamente com minha vontade e amor por Bebedouro, resolvi ficar por aqui. Mal eu sabia o que me esperava...

Há dois anos e meio nós decidimos vender nossa livraria e eu fui trabalhar no “O Jornal”. De início assumi funções administrativas como financeiro, departamento pessoal, organização (só lembrando que tenho formação de engenheira de alimentos, mas a parte administrativa sempre esteve presente em minha vida, mas daí é assunto pra outro post).

Trabalhar no “O Jornal”, para mim, é uma surpresa a cada dia. Acordo e não sei como meu dia vai terminar e as funções que vou executar. É estimulante, divertido, fiz amigos sinceros e hoje assumi funções que estavam fora do “meu quadrado”. Me vejo hoje desempenhando funções como de colunista social, justo eu, a mais tímida da turma!

Mas tem também seu lado “ruim”, digamos assim.  Por assumirmos algumas posturas em defesa da cidade, tivemos nossa vida devastada. E vida no geral, pois não só no financeiro nos afetaram. Nossa vida particular, nosso direito de ir e vir, algumas pessoas que conhecemos, enfim, nossa vida mudou de alguma forma. Mas também, de alguma forma, a cidade mudou, e isso nos enche de orgulho.

Comprarmos brigas homéricas, daquelas que só grandes meios de comunicação ou pessoas muito corajosas comprariam. Batemos de frente com diversos “Golias”, com “gente graúda”, com “figurões” da falida sociedade bebedourense (aqueles que ainda sonham com a volta do cabresto e dos coronéis), com aqueles que ainda acreditam que basta uma palavra sua para que a cidade abaixe a cabeça e faça a sua vontade. O resultado dessas “brigas” todo mundo sabe: processo, processo e mais processo em cima da gente.

Do fundo do coração, não existe mais nada a ser tirado de nós. Digo “nós” pois hoje, junto com minha irmã Rejane Caputo, faço parte do quadro societário do “O Jornal”. Não há mais nenhum bem material a ser tirado. O que podiam já levaram, infelizmente, mas como diz minha sogra “o que pode ser resolvido com dinheiro é mais fácil”. Temos saúde, graças a Deus, e muita força de vontade. Vamos levando a vida e tudo o que nos foi tirado de material um dia conquistaremos de novo. Nosso Deus e nossa fé são maiores que tudo isso.

Mas o que a gente conseguiu nesta cidade não tem volta: conseguimos fazer a população, mesmo quieta ainda, não indo para as ruas protestarem, acordar e perceber quem são as pessoas que dominam nossa cidade. Quem são os políticos, as pessoas que querem assumir o poder de mando na vida dos bebedourenses. Quem só busca levar vantagens com o cargo que ocupa e quem realmente está interessado em trazer melhorias para nossa cidade. Quem só quer posar de bom e quem tem propostas sérias para nossa cidade. Isso, meus amigos, não tem volta. Nunca mais a população será a mesma.

É claro que as coisas materiais nos fazem falta e nos trouxeram prejuízos, mas tenho muito orgulho de participar de um jornal que mudou a cara de uma cidade. É muito bom saber que presenciei, relatei e participei de fatos históricos de Bebedouro, e saber que o “O Jornal” tem sua parcela em muitos benefícios que a cidade teve.

E digo mais: temos apenas 7 anos, e estamos apenas no começo!

Sem falsa modéstia, eu penso: O que seria de Bebedouro sem o “O Jornal”? 

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