Viagem ao Passado

Ontem, sabadão, depois de uma sexta-feira pra lá de agitada, fiquei em casa vendo TV (uma das coisas de que mais gosto).

Passando por diversos canais pouco antes das 9 da noite, parei no SBT e tive uma grata surpresa. Assim como eu, o SBT faz 30 anos este ano, e está fazendo uma homenagem aos programas da casa que fizeram sucesso ao longo de todo este período. O homenageado da noite era o palhaço Bozo, que teve programa nos anos 80.

Com um formato importado da TV americana que fez sucesso por lá nos anos 70, o Bozo logo cativou milhares de crianças no Brasil. Era um paçhaço beeeem americano por sinal, com as roupas nas cores da bandeira de lá (o que mostra toda o patriotismo americano daquela terra).

Bem, mas a verdade é que pareci entrar num delicioso "tunel do tempo". Revivi as brincadeiras, os personagens, a alegria de brincar com aquele palhaço engraçado e  carismático que fez parte não só da minha infância, mas que até hoje vive no imaginário de muitas pessoas.

Foi engraçado ver que "objeto de desejo" da época era a tão sonhada bicicleta, e ver que para ganhá-la a criançada fazia o que podia, dava o que não tinha. Cantava errado, caia, pagava mico, só para ter a bicicleta dos sonhos.

Hoje muita coisa mudou: como nota-se nos programas infantis que oferem prêmios aos participantes, o computador ocupa o lugar da bicicleta fácil. Novos tempos!

As brincadeiras inocentes da época deram lugar aos jogos de computador. Ninguém mais brinca na rua com os amigos (daí entra também a questão da segurança, mas aí é outro assunto), ninguém mais anda de carrinho de rolimã (e vive com os joelhos esfolados...), ninguém mais sabe o que é peão. Boneca que não faz "nada", então, é quase uma afronta às crianças. "Não chora, não faz xixi, não fala? Afff... para quê serve então?" diria uma criança de hoje.

Posso dizer que curti demais minha infância. Tive o previlégio de morar até os 7 anos de idade na Vila Paulista e morar numa casa que, na frente, tinha um lindo campinho de futebol, muito verde, muitos eucalíptos, a linha do trem... Lá a gente curtia muito e brincava solta.

Eu estudava no período da tarde, mas acordava cedinho e já ia pra rua brincar! Só tinha o compromisso de chegar um certo horário em casa para poder tomar banho, almoçar e ir pra escola.

Depois da tarefa, era rua de novo.

A gente brincava de bola, de fazer 'bolinho de terra'... voltava para casa, segundo meu irmão Rogério, parecendo um tatu, de tanta terra.

Época boa. Amo muito tudo o que passei na infância. Agora os tempos são outros, e talvez a molecada de hoje também seja muito feliz a sua maneira. Mas nunca saberão o que era realmente ser criança!