terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Juvenal e como ele pode mudar minha vida!

Pessoal, voltei das férias!

Férias curtas, mas maravilhosa, inesquecível e imprescindível!!! Depois conto como foi...

Bem, ainda na volta para Bebedouro, paramos, meu namorado e eu, num desses postos famosos para almoçar. Na saída do almoço, recebo uma mensagem da minha irmã, Rejane, me dizendo para acessar o Facebook dela que ela tinha postado a foto de um cãozinho Fox, lindinho, que estava na Zoonoses e que fora queimado com água quente pelo antigo dono.

Eu tenho três Fox (a Peteca, que fica no O Jornal e é a rainha do bairro), o Dexter e o Zacarias, que moram comigo e com o meu namorado, o Paulo Sérgio. Eles são minha alegria! Passei 28 anos da minha vida só admirando os cachorros do vizinho, a alegria que eles proporcionam e todo o carinho dispensado a seus donos. Depois disso, depois que a Peteca apareceu em minha vida, não me imagino sem eles todos! É amor demais, e sem cobrar quase nada!!!

Bom, na hora que vi a mensagem já me deu um arrepio. Comentei com meu namorado e ele também foi da mesma opinião: não vamos nem olhar. Mas a curiosidade falou mais alto e, do carro mesmo, acessamos o Face da minha irmã. O que vimos nos emocionou demais...

Falamos quase que a viagem inteira sobre a foto que vimos. Não dava para acreditar que um ser, dito “humano”, teve a coragem de jogar água quente em um ser tão indefeso. É muita crueldade pensar que a “pessoa” teve a coragem de pegar uma panela, encher de água, esperar pacientemente até ferver e jogar em um animalzinho. Esse ato não tem nem classificação, assim como também a “pessoa” que fez isso não tem. Isso não tem nome...

Me emociono e me enraiveço só de pensar.

Bom, continuando, já quase em Bebedouro, meu namorado, o Serjão Desenso, já sugeriu que eu fosse até a Zoonoses “conhecer” o cachorro. Já em casa, ele foi mais declarado: que tal adotarmos? Essa pergunta eu também não tenho nem como classificar, pois tocou muito fundo em meu coração. No fundo eu já sabia que esta seria a atitude dele (para quem não conhece, ele é uma pessoa de um coração imenso, cheio de amor, que se emociona, sente, chora e se compadece do sofrimento alheio). Não poderia esperar outra coisa dele!

Quando fui até a Zoonoses, tive uma surpresa. Antes de eu entrar na sala onde ficam os animais, fui recebida por uma voluntária que disse que, aparentemente, o Juvenal (como ele era chamado), já havia sido adotado. Banho de água fria, pensei eu! Mas mesmo assim pedi para vê-lo enquanto eu esperava a Mariângela, um anjo que cuida dos animaizinhos por lá. Quando eu cheguei perto dele, ele, com toda a limitação que a situação lhe dava, logo se levantou e foi me receber. Já fui me sentando no chão para brincar com ele, e ele permaneceu ali, em pé, por todo o tempo que fiquei sentada. Fiquei com dó dele fazer todo aquele esforço e decidi me levantar para que ele pudesse ir para o cantinho dele, e assim foi feito.

Passado alguns minutos, eu já de pé conversando com a estagiária (que infelizmente não perguntei o nome), ele se levantou e foi cheirar o lugar em que eu estava sentada enquanto brincava com ele. Na hora percebi que ele é quem tinha me adotado! Logo a Mariângela chegou e disse que ele era meu, que minha irmã já tinha falado do meu interesse!

Fui buscá-lo na segunda-feira (09), por coincidência dia do aniversário do Dexter. Passei no veterinário, comprei tudo o que foi indicado, e o trouxe para casa.

Tudo era novo, tanto para ele quanto para mim. Sinceramente eu não sabia (como ainda não sei), como agir com ele, nem como pegá-lo no colo para aplicar os remédios. Ele foi um cãozinho muito judiado pela vida e pelo antigo dono, e na primeira noite foi muito “desconfiado” de tudo. Não comeu, não bebeu nada, tremia a cada passo mais barulhento e forte que ele ouvia. Quase não me deixava chegar perto: já deitava no chão como se estivesse totalmente acuado por tanto medo.

Enfim, consegui medicá-lo e o coloquei no cantinho dele para dormir. Às 3h30 da manhã de terça-feira, acordei com ele chorando (talvez pelo frio da madrugada e pela pomada em seu corpinho que deveria dar maior sensação de gelado). Como ainda não posso “misturá-lo” aos meus outros cachorros (não sei se ele foi vacinado ou se tem alguma doença encubada), o coloquei na cozinha. Ele parou de chorar, mas eu não dormi mais... Muitas coisas se passaram por minha cabeça durante as longas e intermináveis horas que passei em claro.

O abandono, o medo que ele sentia e tudo o que ele poderia já ter passado, e o meu medo de não dar conta de cuidar dele como ele merecia tomaram conta dos meus pensamentos. Tive, sim, vontade de desistir, de procurar uma nova dona que pudesse ter mais força e estrutura psicológica para cuidar dele.

Acordei às 6h da manhã e logo fui vê-lo. Seus olhinhos tristes, assustados, se misturaram ao meu olhar cansado e também com medo, e logo caí no choro. Dei os remédios, chorei junto com ele e saí de casa arrasada. Afinal, ele não comia e nem bebia nada, como é que poderia aguentar as altas doses de remédios e ter forças para ficar bom?

Fui trabalhar ainda sem saber como agir. Daí veio a forte chuva de hoje (10), a tarde, e nem imaginava como o encontraria. O Serjão chegou antes de mim e me mandou uma mensagem dizendo que ele nem se molhou! Praticamente um milagre, já que o lugar onde ele estava era pouco coberto, é apenas uma pequena área de serviço. Milagre mesmo, pois não sei o que um banho de chuva faria com sua situação já debilitada.

Cheguei em casa já bem melhor, disposta a fazê-lo comer. Pensei em leite! Esquentei meio copo e coloquei em um potinho, deixando bem perto dele, quase dando na boca. Ele tomou tudo!!! Pensei: já que gostou, vou dar mais! Leite sustenta, deve ajudar! Daí me lembrei de um pãozinho. Molhei o pão no leite quentinho e ele comeu quase que o pão todo! Uma vitória para quem não se alimentava há quase 2 dias.

Isso me deu um novo gás! Vou em frente enquanto tiver forças, e sei que, em breve, ele estará bom, correndo para todo lado junto com seus “irmãozinhos”. Vou postanto mais notícias sobre ele aqui! Obrigada a todos que me incentivaram e pelo carinho! Bjos!!! 

PS: Vamos manter, pelo menos por enquanto, o nome de Juvenal!!!

PS2: Os irmãozinhos adoraram ele!!! Vai dar certo!



Juvenal em sua primeira noite com a gente. A foto foi tirada antes de eu tirar esse "abajur" dele. Incomodava muito, tadinho! Ele tem até uma caminha agora.

2 comentários:

  1. Amei a história....Sempre gosto! Mas essa foi muito viu...Eu, como você, não consigo entender como um infeliz pode maltratar um cachorro indefeso! Mas há males que vem pra bem, e esse e' um exemplo perfeito! O Juvenal vai se recuperar e só vai trazer mais alegria para sua vida! Grande atitude!

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  2. Oi Bea! Obrigada pelo carinho e pela força. Realmente não dá para entender como existe pessoas capazes de fazer uma barbaridade dessas. Estou botando fé no Juvenal, ele vai ficar bom logo!!! Bjo grande!

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